segunda-feira, 24 de março de 2008

O sal de Marte

Depois de sinais de água, é a vez do sal. Com a ajuda de instrumentos a bordo da sonda Mars Odyssey, um grupo de cientistas nos Estados Unidos identificou a primeira evidência de depósitos de cloretos minerais na superfície de Marte.


O estudo teve seus resultados publicados na edição de 21 de março da revista Science. As evidências de sais foram identificadas em depósitos indicativos de que água foi abundante no passado no planeta.


Segundo os autores da pesquisa, a descoberta, feita em algumas das mais antigas regiões de Marte, também poderá ajudar a fornecer evidências de que um dia o planeta abrigou formas de vida.


Na Terra, sais são formados, por exemplo, pela evaporação de corpos de água ou quando gás escapa de vulcões. Tais processos provavelmente ocorreram há bilhões de anos em Marte, mas até agora os cientistas estavam intrigados pela ausência de depósitos de sais indentificáveis no planeta.


Os cientistas, liderados por Mikki Osterloo, da Universidade do Havaí, usaram dados obtidos pelo instrumento Themis, que produz imagens a partir da emissão termal, localizado na Mars Odyssey, veículo lançado em 2001 em órbita do Planeta Vermelho. Em comprimentos de onda na região de infravermelho, o Themis é capaz de registrar detalhes na superfície com resolução de cerca de 100 metros.


Foram identificados cerca de 200 locais diferentes no hemisfério sul marciano com características espectrais consistentes com minerais à base de cloro. Esses depósitos de sal estão principalmente em latitudes médias e baixas por todo o planeta, em terrenos antigos e cheios de crateras.


A composição exata dos minerais é desconhecida, mas os pesquisadores afirmam que a distribuição e aparência dos depósitos são consistentes com a formação por meio da evaporação. Ou seja, mais um indicador de que Marte um dia teve água.


O artigo Chloride-bearing materials in the southern highlands of Mars , de Mikki Osterloo e outros, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.

Fonte: Agência Fapesp

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