sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Relacionamento Assessor/Assessorado: entre Tapas e Beijos

Por Silter

Na visão de Luciano Milhomem, autor do artigo Relacionamento Assessor/Assessorado: entre Tapas e Beijos, que compõe o livro Assessoria de Imprensa e Relacionamento com a Mídia, de Jorge Duarte, “boa parte do êxito profissional, e portanto, da felicidade no trabalho depende da relação entre chefe e empregado”. Neste capítulo, Milhomem discorre sobre as relações entre o assessor, o assessorado e a principal matéria prima do jornalista, a informação.


Conforme Milhomem, todo o trabalho de uma assessoria de imprensa está baseado em três alicerces: o assessorado, a assessoria e o objeto, neste caso informação. Como o assessorado é o cliente, portanto o “chefe”, é ele, a princípio, que define “o que tem interesse ou não em divulgar na imprensa”.


Segundo a abordagem de Milhomem, dois aspectos são principais na relação entre assessor e seu cliente. O primeiro aspecto trata dos objetivos do cliente e suas necessidades no campo social e profissional. O segundo aspecto consiste nos interesses da instituição. Para Milhomem, o grande desafio do assessor de imprensa é saber equacionar o interesse do assessorado, bem como trabalhar a imagem da instituição.


De acordo com Milhomem, o assessor precisa equilibrar corretamente os pesos, pois do contrário, ficará parecendo que um pretende se sobrepor ao outro, ou vice-versa. Por exemplo, conforme a lógica de Milhomem, se uma instituição vai bem, há méritos portanto do seu presidente. Daí é preciso enaltecer os resultados, contrapondo as atitudes de liderança que levaram a tais conseqüências.


Todavia, privilegiar “as ações da instituição pode ser um risco se quem a dirigir tiver, por exemplo, ambições pessoais muito elevadas ou, simplesmente, personalidade egocêntrica”. Por outro lado, “um assessor que só tiver olhos para os interesses do dirigente e esquecer-se da importância da instituição” pode incorrer também em um erro de equilíbrio.


No fim das contas, o esforço da assessoria de imprensa é buscar cultivar a boa imagem da instituição junto à opinião pública, tanto quanto procurar manter uma imagem positiva da direção da empresa, mediante essa mesma opinião pública e também aos funcionários.


Para tanto, o dirigente também tem que suar a camisa, pois existem centenas de instituições e dirigentes bastante competentes. Não basta ter uma assessoria excelente se o assessorado não se esforça para que a sua imagem e da instituição seja abordada positivamente nos meios de comunicação, pois não basta que o assessorado seja presidente de uma grande multinacional para que ele se torne uma fonte. Potencialmente é, mas isso não significa que será de fato, pois existem diversos outros presidentes de multinacionais. E é preciso lembrar que a mídia tem critérios de escolha para eleger quem e o que será notícia.

Milhomem afirma que para tornar o assessorado uma boa fonte é preciso que haja um diferencial para que o trabalho do assessorado bem como e a instituição seja repercutido. Dessa forma o autor provoca: “O que torna esse diretor de multinacional mais importante que os outros?”. Para tanto, ele lista uma série de atributos que um assessorado de destaque tem que ter: idéias originais – que suscitem discussão, debate e reação por parte dos leitores, que o tema tenha um “gancho” com fatos atuais, que a empresa tenha bons resultados para apresentar e assim despertar o interesse que quem irá lê a matéria.

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